Vivemos uma crise sem precedentes na história da Humanidade que atinge a todos, de alguma forma. Retomamos o tema Inteligência Emocional porque o sofrimento decorrente da pandemia provocada pelo coronavírus já começou, mesmo para quem não está doente. Neste momento, saber lidar com as próprias emoções e sentimentos é fundamental, não só pelo nosso bem-estar, mas para podermos contribuir de forma positiva com o todo.
Sofremos ao contemplar, impotentes, o sofrimento alheio, sofremos com o isolamento social, sofremos pelos que não podem se isolar, sofremos pelos que se arriscam nas linhas de frente, sofremos pelos que estão sem renda e sofremos com as incoerências dos nossos governantes ao nos orientarem sobre tudo isso.
Ansiedade, depressão, tristeza, raiva, estão permeando nosso dia a dia mais do que nunca e, mais do que nunca, a Inteligência Emocional se faz valiosa.
O que é inteligência emocional?
Segundo a Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional (Sbie), ”Inteligência Emocional é a capacidade de administrar as próprias emoções e usá-las a seu favor, além de compreender as emoções das outras pessoas, construindo relações saudáveis, fazendo escolhas conscientes e adquirindo uma melhor qualidade de vida.”
Na prática consiste em equilibrar o lado emocional com o racional.
Pilares da Inteligência Emocional
Segundo Daniel Goleman, psicólogo e jornalista científico, autor do livro “Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente”, são cinco os pilares da Inteligência Emocional:
1 – Conhecer as próprias emoções
Temos a tendência de delegar a gestão do nosso dia a dia ao modo piloto automático, trabalhando além dos nossos limites para pagar as contas, sem refletir se o caminho que estamos percorrendo vai nos levar onde queremos chegar e sem, tampouco, prestar a atenção nas nossas emoções.
Ao mesmo tempo que o nosso lado racional está dizendo “você precisa ganhar mais dinheiro”, o emocional está carente e subjugado.
Na medida em que começamos a analisar nossas emoções e sentimentos, e como agimos e reagimos diante dos fatos, começamos a uma vida nova mais equilibrada.
Pode parecer difícil, mas o processo se inicia com uma série de perguntas simples que você pode fazer a si mesmo. Exemplos:
- Meu dia foi bom? Por que sim, ou por que não?
- Por que não cumprimentei o porteiro?
- O que me fez explodir com meu chefe?
- O que me atraiu naquele filme?
- Por que fulano me incomoda?
- Tenho pavor de ficar sozinho… por que?
- Como é o futuro que quero pra mim?
Conhecendo a si mesmo, descobrindo o que te motiva, apaixona, fica muito mais fácil colocar a parte racional em contato com seus anseios emocionais e alinhar os trilhos.
2 – Controlar as emoções
Da mesma forma com que podemos colocar a parte racional a serviço das emoções, o inverso também funciona.
Na medida em que conheço minhas emoções e sei como costumo agir e reagir diante dos fatos, posso alterar ou modificar meu modus operandi.
Para isso, é necessário fazer uma pequena parada para reflexão após o estímulo.
Exemplo: se eu acabei de ouvir uma notícia que me deixou muito irritada, antes de esbravejar automaticamente nas redes sociais, eu posso me fazer algumas perguntas:
- O que eu vou ganhar com isso?
- É importante que eu divulgue essa notícia?
- Vou me sentir pior ou melhor após provocar uma discussão?
- Vale a pena eu sair da minha vibração positiva por causa disso?
Durante esta reflexão é possível que você chegue á conclusão que não vale a pena e se poupe de mais stress. E pode ser que você decida esbravejar mesmo e que se sinta melhor assim. Porém, sua escolha será consciente e servirá de base para uma próxima vez.
3 – Automotivação
Para que consigamos fazer da Inteligência Emocional uma constante em nossas vidas, é preciso ter bem claro o porquê. Muita gente não quer, realmente, ser feliz. Prefere preencher a vida com sofrimento e pensamentos negativos. Carregam culpa, não se perdoam nem perdoam o próximo. Mas, como diz a famosa frase: “A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional.” Cada um tem seu momento de despertar e descobrir que o caminho da felicidade existe para todos e que é muito mais uma questão de opção do que de circunstância.
4 – Empatia
Obviamente, não devemos pensar apenas em nós mesmos.
Antes de agir e reagir, é importante colocar-se no lugar do outro. Não fazer aos outros o que não queremos que façam para nós, e fazer aos outros o que queremos que façam para nós, é uma regra de ouro que resume, ou poderia resumir todas as leis da Humanidade.
Conhecer outros pontos de vista é importante não somente pelo bem do outro, mas pelo nosso próprio bem, já que é no relacionamento com os outros, em sociedade, que aprendemos e evoluímos.
5 – Relacionamento interpessoal
Os relacionamentos, sejam pessoais, profissionais, familiares, são fundamentais para nossa evolução, como já dissemos.
Pode parecer estranho, mas os conflitos são importantíssimos nesse processo. Somos como pedrinhas em um rio que vão ficando polidas na medida em que acontece o atrito de umas com as outras enquanto a água passa.
Dica
Quando você estiver se deixando levar por pensamentos e emoções negativas, ao ponto de se sentir sugado, como por uma areia movediça, mesmo estando isolado, procure fazer algo que te dê prazer e deixe feliz.
Só você sabe o que te deixa feliz, mas seguem sugestões:
- Ajudar um amigo – muitas vezes estamos nos sentindo mal, mas ao ajudar alguém em pior situação, a energia vem do nosso interior como um super poder.
- Beber um suco, comer uma fruta ou um alimento qualquer que você gosta muito, ou lembra sua avó, sua mãe…. sabores e boas lembranças agradam a alma.
- Ouvir uma música animada.
- Assistir um bom filme ou ler um bom livro.
- Rever suas fotos do tempo de criança.
- Retomar seu hobby ou começar um – é muito prazeroso ter uma atividade só sua, onde você descobre e emprega seus talentos e suas habilidades.
- Meditar – não é todo mundo que consegue. Mas existe a técnica de mindfulness, que é mais fácil para começar. Informações aqui: http://moomconsultoria.com/coaching-e-mindfulness/
- Organizar a casa – conheça a história verídica do ratino organizador: http://moomconsultoria.com/o-ratinho-organizador/
Conclusão
Vivemos tempos difíceis e manter o controle emocional está mais complicado. Por isso, mais do que nunca, vamos nos valer da Inteligência Emocional, cada um no seu tempo, respeitando seus limites, fazendo seu melhor sem exagerar na cobrança.
As crises passam e dias melhores virão, dias nos quais também seremos pessoas melhores.
Sugestões de leitura
O que você precisa para ser feliz?
http://moomconsultoria.com/o-que-voce-precisa-para-ser-feliz/
Medo e Superação
http://moomconsultoria.com/medo-e-superacao/
Autoconhecimento – o mistério de si mesmo
http://moomconsultoria.com/autoconhecimento-o-misterio-de-si-mesmo/
Quanto pesa seu coração?
http://moomconsultoria.com/quanto-pesa-seu-coracao/
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